Respiro e conto de um até três, fecho os olhos e imagino um mundo onde eu posso me controlar e meus hormônios adolescentes não me comprometem. Saio e me divirto, volto pra casa e tudo continua bem. No dia seguinte te encontro e você me beija e eu vejo o quanto sou feliz, mas tudo muda quando o despertador toca. São seis da manhã, de volta á realidade, de volta pra escola.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Seis da manhã
Respiro e conto de um até três, fecho os olhos e imagino um mundo onde eu posso me controlar e meus hormônios adolescentes não me comprometem. Saio e me divirto, volto pra casa e tudo continua bem. No dia seguinte te encontro e você me beija e eu vejo o quanto sou feliz, mas tudo muda quando o despertador toca. São seis da manhã, de volta á realidade, de volta pra escola.
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Pensamentos
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Despedida
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.
Extraído do livro "A Traição das Elegantes", Editora Sabiá – Rio de Janeiro, 1967, pág. 83.
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